Quando estava fazendo o planejamento da viagem para Madrid comecei a pesquisar lugares para provar a gastronomia local. Foi aí que eu achei o Botín – o restaurante mais antigo do mundo, segundo o Guiness.
Apaixonada por história que sou não poderia ficar sem conhecer esse cantinho, que funciona desde o longínquo ano de 1725. Fiz uma reserva pelo site, e esperei ansiosamente pela chegada do grande dia.
Em 04/10/2016 fomos conhecer a cidade. Pegamos o metro até “puerta del sol”, o marco zero de toda Madrid, e de lá começamos a explorar o lugar. Caminhamos até a Plaza Mayor e dali eu sabia que já estava perto do meu destino, na calle de los cuchilleros, 17. Na verdade, foi muito fácil achar a ubicación do Botín.

Já na porta do restaurante é possível ver o certificado do Guiness – The oldest restaurant in the world.
E logo que entramos vimos uma das cenas mais sublimes da vida madrileña: um especialista em cote de Jamón. É sério! Tem até escola de cortadores de Jamón na Espanha. Trata-se de uma verdadeira arte.
Ao longo dos seus quase 300 anos, o restaurante continua fazendo seus leitõezinhos da mesma maneira e é famoso por isso. O forno a lenha data de 1725, quando o cozinheiro francês Jean Botín deu início ao seu histórico estabelecimento gastronômico, junto com o sobrinho da sua esposa.
No século XX é que o restaurante foi transferido aos atuais proprietários: a família González. Nessa época, o restaurante funcionava no térreo, a adega comportava um armazém e os pisos superiores eram utilizados como moradia da família, onde também funcionava a pousada.

Atualmente, todos os andares funcionam como restaurante, e a terceira geração da família González cumpre com maestria o seu papel de atender bem, servir generosamente e preservar a história do local.
Todos os ambientes do Botín são especiais. Os andares de cima ainda têm jeito de pousada, e conservam uma atmosfera familiar. Entretanto, eu tive a sorte de pegar uma mesa no andar inferior, onde era a adega/armazém do restaurante. É o ambiente mais legal de sentar, onde tem um ar mais medieval e tu te sentes tele transportado para o século XVIII.
#ficadica da @magra.deruim. Se tu fores conhecer esse lugar encantador, tente ficar no piso inferior. É mágico!
As especialidades do Botín
Os asados de cordeiro e porco (conchinillo) são caprichosamente preparados no velho forno a lenha e um leitãozinho segoviano desses corresponde a seis porções do cardápio. Eu coloquei um cardápio na bolsa, para levar de lembrança. Dá uma espiada:
Sentamos nas mesinhas finamente adornadas para nos receber e pedimos um vinho rosé da casa, bem delicioso. Um brinde a esta experiência!
Depois pedimos uma “ensalada Botín”, “entrecotte de cebón a la plancha” e, claro, o “conchinillo (leitão) asado”.

Todos os pratos são muito bons. O leitão tem a pele bem crocante e a carne é tenra e levemente adocicada. Um sabor que eu nunca tinha experimentado antes. Esse forno de 300 anos deve ter algum segredo especial!

Mas o destaque fica para o entrecot, que surpreendeu! MUITO saboroso e macio. Ele vinha acompanhado de batatas e pimentão assado.

Saímos do Botín com a sensação de ter vivido um pouco como os nossos antepassados. Afinal, soy una Ramirez genuinamente espanhola. Barrigas lotadas, levemente tontos por conta do vinho e com muita história para contar nos despedimos do restaurante. O desejo é que o Botín continue a rememorar a gastronomia e proporcionar tão vívida experiência por mais 300 anos.